quinta-feira, 19 de março de 2015

A Tiborna

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O dia da cozedura do pão começava cedo. Depois dos animais tratados e do pequeno almoço tomado era tempo de lavar muito bem as mãos e os braços, pôr o avental e o lenço branco na cabeça  e caminhar em direção ao celeiro que ficava sempre  no quarto aos fundos da casa. Era altura de encher o grande alguidar de farinha muito branca, o fermento, ( a lêveda ) o sal e água morna e agora sim, era a hora de arregaçar as mangas e amassar com vigor o pão que nos iria alimentar durante uma semana.Depois fazia a cruz na massa, dizia a oração e tapava com cobertores o grande alguidar, era agora tempo de arranjar a lenha para acender o forno.Geralmente nestes dias aparecia sempre um vizinho e ficavam no alpendre onde estava o forno, aproveitavam aquele compasso de espera enquanto o forno não estava pronto para pôr a conversa em dia, havia sempre tantos assuntos, desde os animais às sementeiras, a falta de chuva. Depois do pão no forno era tempo de pensar no almoço, compunha as brasas à porta do forno e assava umas sardinhas salgadas e ali mesmo no alpendre punha uma pequena mesa com azeitonas, as sardinhas e agora ao vigiar o pão,via que já podia retirar o mais pequeno, que já estava cozido e partindo-o em bocados ia buscar um prato fundo com azeite da tina, colocava alhos esborrachados e sal e misturava tudo.
Oh que aroma, que sabor, que bela tiborna.
A minha homenagem ao meu pai.

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