sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Casa em ruinas
Quando viajo de carro e vou tranquilamente ao lado do condutor, vou olhando a paisagem e nada faz a minha imaginação trabalhar mais como ver uma casa em ruinas. E vejo uma casa de campo nova, bem tratada, com uma nora e os alcatruzes a tirar água, vejo crianças de bibe a fazer uma roda e a comer fruta das arvores, a mãe a chamá-las para ajudarem na tarefa de regar a horta, mais ao fundo do campo, o pai e os irmãos mais velhos cuidam dos animais, a chaminé fumega, será a avó a cuidar da sopa para toda a família, senhora já de cabelos brancos enrolados num carrapito, a neta mais velha está à janela, bonita com as suas tranças loiras, olha o caminho, espera o jovem vizinho mas só tem autorização para falar poucos minutos, depois o pai manda que vá ajudar a avó.
A casa vive hoje de recordações, já não se consegue aguentar, tem atravessado tempestades, abandono, vai vergando sobre o peso dos anos e vai ruindo, o mato vai crescendo envolvendo-a como quem a abraça e dentro de pouco tempo já não se vê da estrada.
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