quarta-feira, 29 de junho de 2016

Cântico da Terra

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" Eu sou a terra, eu sou a vida
Do meu barro primeiro veio o homem
De mim veio a mulher e veio o amor
Veio a árvore, veio a fonte
Vem o fruto e vem a flor

Eu sou a fonte original de toda a vida
Sou o chão que se prende à tua casa
Sou a telha da coberta do teu lar
A mina constante do teu poço
Sou a espiga generosa do teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço

Sou a razão da tua vida
De mim vieste pela mão do Criador
e a mim tu voltarás no fim da lida
Só a mim acharás descanso e Paz

Eu sou a grande Mãe universal
Tua filha, tua noiva e desposada
A mulher e o ventre que fecundas
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor

A ti ó lavrador tudo quanto é meu
Teu arado, tua foice, teu machado
O berço pequenino do teu filho
O algodão da tua veste
E o pão da tua casa

E um dia bem distante
a mim tu voltarás
E no canteiro materno de meu seio
Tranquilo dormirás

Plantemos a roça
Lavremos a gleba
Cuidemos do milho
do gado e da tulha
Fartura teremos
e donos de sitio
felizes seremos. "


                                                            Cora Coralina

2 comentários:

  1. Bom dia, Aliete, um justo cântico à Terra, verdadeira "mãe " de todas as formas de vida.
    Dessa autora li Pássaros Feridos, de que muito gostei.
    Beijo

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